quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Colisão.



De onde vem esse deserto à beira-mar?



Sonhei penhascos onde haviam pastos dourados de trigo dançando ao vento.




Aflita e cega atrás da luz refletida do lustre reluzente com seus cristais lapidados ,o pombo estatelou na vitrine ,Fim.


Não é o que todos anseiam? deixar sua marca . como que estampada, congelada no tempo, no espaço...


Acabou a correria, a sensação de não pertencer a lugar algum, as contas atrasadas, a culpa pelo brigadeiro da festa infantil, a ânsia pelo "verdadeiro amor" que nunca apareceu , o trânsito com suas luzes brancas e vermelhas, a esperança.




Não conhecer a si mesma foi causa de tal estilhaçar , fundindo-se na multidão anônima , consumando-se assim sua transmutação em zumbi.




A sede pela luz foi a causa de tal colisão , em um mundo sombrio e úmido , a luz embriaga como um oásis.




A descrença na raça humana foi causa de tal devaneio , desistindo do considerado irremediável , saindo correndo sem olhar para trás , e terminando por ter como última visão, o clarão ofuscante e encantador da centelha divina .

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