Vivemos numa bolha , respirando poluição...precisamos dar sentido a essa modernidade, mas vindo de onde venho eu sei que a realidade tem feridas e quando escolhemos significa que estamos excluindo coisas.
A completa comunhão com a Terra faz-se necessária já de modo intenso, até mesmo débil ... ao deitar-se na grama os cabelos se fundem , caracóis se enroscam e já não se percebe onde começa nem termina esse nó; a terra torna-se anatômica de modo que não se imagina levantar-se sem carregar o mundo nas costas, ficando então impresso o molde de um corpo na vegetação .
Os insetos fazem cócegas até perceberem que o corpo já é rota de passagem , é quente , pulsa, vibra, é vida . O sol faz o ciclo perpetuar e a natureza então já pode brotar através de mim.
Se a chuva molhar há de num gozo de inquietude matar a sede do toque febril e tenro que, como um menino, corre veloz nas veias .
Já posso incorporar o canto dos pássaros e o bater de asas da borboleta ao meu próprio canto ,que é o sussurro do pulsar do centro do planeta que emana a cada ser humano possuidor do dom de saber ouvir ...quem me ouve, ouve a criação.
Nos meu olhos posso navegar sem perder a direção pois do plexo solar faço a mais perfeita bússula que trás a orientação através da abertura total da consciência para percepções
fantásticas.
A pele que cobre meu corpo já se fez dourada e me conduz a um mundo desconhecido de sensações e texturas nunca antes atingidas .
Não ando mais . Flutuo com os pés imersos em uma formigação estranhamente agradável que remete a um passeio pelas nuvens com um tipo de embriaguez dos sentidos um pouco assustados diante de todo o esplendor e totalidade do que tenho em mãos e não tinha dado conta : a Vida.
quinta-feira, 3 de setembro de 2009
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